"Perdi-me dentro de mim Porque eu era labirinto E hoje, quando me sinto, É com saudades de mim."

terça-feira, 29 de junho de 2010

Ser adulto...em tudo.

"Ser adulto e responsável não é apenas pagar as próprias contas. É, antes de tudo, eliminar o ciúme, a insegurança, o medo do abandono, a cobrança e a posição de vítima na família. É ter consciência e aceitar que pais e mães, antes de assumirem essa condição, também foram filhos e educados num determinado contexto, com histórias que se fundem e perpetuam valores. Honrar pai e mãe: atitude para a paz".

Elizete Feliponi

http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2807331.xml&template=4187.dwt&edition=14098&section=882

Isso sim é RENASCER. Crescer e tornar-se verdadeiramente maduro, adulto...quero ser assim um dia...

O Caos

É necessário ter o caos cá dentro para gerar uma estrela.
Friedrich Nietzsche
 
 

sábado, 26 de junho de 2010

Sobre Eros e Psiquê

Fiquei alguns dias, poucos é verdade, sem postar. Creio que estava contemplando a minha princesa interna dormindo...
Estou fazendo um orkut novo pra meus alunos, tem uma função importante, aproximá-los (alguns nem se conhecem, cursos diferentes, faculdades diferentes, estados diferentes) e que eu possa falar coisas que são somente para eles, além de protegê-los de alguns contatos inconvenientes que fazem (ou fizeram) parte da minha vida, mas que eu não creio que deva fazer parte da deles.
Falar sobre isso me remeteu ao quanto sou protetor, cuidador, e ser assim é algo terrível, remete ao controle, sou, portanto controlador?
Existem pessoas que na hora pulam (susto, revolta, ou sei lá o que mais), não querem ou não sabem ser cuidados ou controlados (se é que é o caso)...estou precisando contemplar a princesa interna novamente para resolver este enigma, há cuidado sem controle?
Se há, quero saber qual pratico...dentro e fora de mim!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Eros e Psique - Fernando Pessoa

Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.


A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.

Fernando Pessoa
O primeiro beijo de Bouguereau

domingo, 20 de junho de 2010

Presença ausente.


Presença ausente.
Ederson Ribeiro Costa – 06.03.2007

A sua presença na ausência
De quando olho pra lua
Na rua, mesmo assim, nua
No meu pensamento, indecência

A minha triste demência
Meu coração, meu mundo, minha alma
A ausência na presença
No espelho em que não me encontro, calma

Olha pra mim
Esquece o fim
O meio de terminar de começar
A esquecer o que eu lembro

Sua presença, mesmo na ausência
Que me sufoca de lembrar
Que não me esqueço
Mesmo quando há começo e terminar

Na rua, na cama, decepção
Não fecho os olhos pra ver
Não abro a boca pra conter
Quando posso ver e dizer

Como você se chama
Como você me chama
Chama...presente mesmo na ausência
Chama...lá no meu portão

Mesmo que for pra me mandar
Pra dentro do furacão
Que é estar com você
Quando ausente, mesmo presente.

No inferno da solidão...que é ter você
No céu, clarão....que é ter você
No mundo comum...que é ser eu
Mesmo presente em você e ausente em mim.


sábado, 19 de junho de 2010

Chuva no lago


Chuva no lago
cada gota
um lago novo
Alice Ruiz

Talvez


Talvez
Texto de Ederson Ribeiro Costa


Reavaliar conceitos não é fácil.
Fico pensando nessa loucura 
de se definir para depois agir, 
será correto? 
Talvez, somente talvez, 
essa definição não exista... 
nem o correto. 
Acho que preciso de um porre 
de silêncio e mim mesmo 
para aquietar o coração. 
A tranqüilidade de ontem 
passou a ser a angustia de hoje. 
Talvez, e somente talvez, 
para sempre.
Ou não!

Ederson

E d e r s o n
É,
Der som,
Der silêncio,
Der o que quiser,
O que der e vier...
e der som,
é
Ederson!
Abril de 2002

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Des’erer


Des’erer

Texto de Ederson Ribeiro Costa

O querer que habita a luz do meu ser
Não domina o desejo do Eu teimoso,
Receoso, talvez, medroso que em mim vive.
Estou invólucro. Dúbio
Assim, eu jogo as pedras pra me proteger do ar.
Dúbio, machuco a alma pra não sangrar o coração.
Por fim, dúbio e antionômico 
Coro de solidão por medo de chorar da dor do amor.
Quero desejar, desejo querer. Será?
Des’erer eu mesmo libertar meu interior 
E vagar entre a luz e a escuridão. 
Não na sombra, não, nunca!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Arte e Psicologia

Arte e Psicologia
Por Ederson Ribeiro Costa
Está havendo uma revolução ética e uma procura de novos caminhos para as psicologias (mesmo que tímida e discreta), que conclui antes de tudo que a consciência não é somente uma coisa ou outra, mas construída pela razão e também pela emoção e afetos.
Você me perguntaria: e onde entra a arte nessa história?
A arte entra como algo que aproxima o indivíduo do mundo como um todo, produto universal histórico e sua vertente de trabalho é, entre outras, a emoção.
A emoção identifica o indivíduo com o resto da humanidade de alguma forma. Na verdade ela aproxima-nos de uma cultura ou outra, de uma forma de arte, de expressão ou outras.
A emoção pode ser artística, com sensibilidade, algo que transita internamente por nós e de acordo com alguns autores tem um caráter universal e uma linguagem diferenciada, aquela que de uma forma ou outra chega a estabelecer um contato, uma relação com a obra.
O artista fala mais facilmente das emoções, Vigotsky fala que a percepção estética passa por um processo catártico quando você se depara com a contradição entre forma e conteúdo na obra de arte. O que se tem visto por aí não é muito diferente, e volto a afirmar que o processo criativo, que é uma condição essencialmente individual, se dá através da emoção e do gosto estético de cada um. Porém não se pode e não se deve esquecer que todos esses fatores, principalmente o gosto estético, são formados historicamente, socialmente e culturalmente centrado no contexto vivencial deste indivíduo.
Você pode estar se perguntando novamente: Espere aí. Quer dizer que a minha arte está vinculada com o processo social, histórico e cultural do qual estou inserido?
Sim! É isso mesmo. Mais que isso, é afirmar que não há nada que seja produzido pelo artista e não seja comprometido ideologicamente. E a ideologia dele também é comprometido e construída a partir do processo histórico, social, cultural e etc.
Viu só, amigo leitor, estamos emaranhados num processo cíclico e infinito de comprometimento de construção social, até nossa individualidade provavelmente não existiria sem isso.
Funciona assim, imagine um grande espetáculo em que você faça parte. Algumas vezes você protagoniza as cenas (o processo), outras você só figura (quando você vivencia as conseqüências destas intervenções em que você também teve parte) e sendo ator do espetáculo não há como assisti-lo como espectador. Você faz parte desse processo e pronto. Para mudar o processo você terá que protagonizar novamente e conseguir adesões nesse processo para a mudança.
O que a arte nos dá como material para isso? A arte é a expressão deste processo comprometido com todos os demais, ela expressa a emoção desse artista – povo – indivíduo como algo não fragmentado e sim um todo. Junta assim a emoção e a percepção.
Não é o simples ato de reproduzir, é de produzir. De acordo com Vigotsky o que ao artista cria está comprometido com o que o processo histórico está te oferecendo, na verdade é a impressão desse momento e processo histórico. Mas algo de novo tem de ser criado e isso é arte, quem reproduz não faz arte, só copia, não expõe emoções, não fala do processo de criação, do momento constituído da vida cotidiana, da social e da histórica.
A Psicologia tem (ou deveria ter) esse comprometimento, principalmente por lidar com o indivíduo, principalmente, por ser a única ciência a lidar dentro das ciências humanas com o indivíduo. A Psicologia tem que, como a arte, falar uma linguagem simples e verdadeira. Essa linguagem tem que ser acessível a todo mundo para comunicar o conhecimento, o nosso conhecimento científico de Psicologia. A nossa obrigação, então, como cientistas é ajudar esta população, da escola, da periferia, da favela, enfim toda e qualquer a ter conhecimento de si mesma. O nosso compromisso é com a população e não com a academia. Temos que ver a academia como instrumento de aperfeiçoamento e construção pela e para a população.
Temos que fazer e refazer o paradigma da psicologia no dia a dia de nossos atendimentos, estudos e vida. Devemos seguir o exemplo da arte que constantemente faz críticas aos paradigmas diversos, incluindo o dela mesma: O que é arte? Isso pode ou não ser considerado arte?
E esse meu texto, é arte? Se você respondeu que não ou que sim temos que prestar atenção de que arte estamos falando, e não é da arte sinônimo de traquinagem e sim da obra, da expressão de arte, comprometida, é claro, com esse processo e imprimindo o momento histórico e social que estamos, eu e você, vivendo e construindo.
E aí? Que tal fazermos uma reflexão com uma postura hermenêutica em relação a isso?

Te espero na próxima! E se você quiser pode me dizer o que pensa sobre tudo isso.
Baseado na entrevista com Silvia T. Maurer Lane: “Parar para pensar...E depois fazer!”
Psicologia E Sociedade; 8(1): 3-15; jan./jun.1996.

Publicado inicialmente em: COSTA, E. R. . Arte e psicologia. Araçatuba - SP: Impresso Integração Artes Gráficas, 2002 (Jornal Universitário). 

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A vida passa?

 

A vida passa? 

 
Corre-corre. Vai e volta
Sobe e desce. Eta vida!
É na pressa deixo passar
O inevitável:
O tempo de transcender.
Tenho apenas uma dúvida:
Vai passar de novo? Vai?

SENTADO ESPERO

SENTADO ESPERO
Texto de Ederson Ribeiro Costa



Não há palavras...
As folhas já não caem.
O outono dos meus sentimentos chega ao fim.
Olho as páginas amareladas;
O tempo passa até para si mesmo.
Não há lágrimas...
Ou há? Será?
Sufoca o grito...
Prende a mão que não ergue,
Não espalha...,não quebra o espelho.
Porque você não vem?
Tenho medo! Medo do seu medo.
Aperto o coração.
Talvez a dor diminua.
Não sei se há mágoa no lago,
Mas há silencio...
As palavras não vem,
O beijo não vem,
Mas os olhos falam.
O silêncio é imortal
Imortal é também o medo
Medo de perder você
Que eu não tenho.
Porque você não vem?
Não há sentimentos...,há?
As palavras não vem...
E agora eu choro,
Você não veio.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Carta a um amigo (Fragmento) - O Caminhante III

Texto de Ederson Ribeiro Costa


Orgulho-me de você querer amar até o ultimo limite... só que amar não tem limites e infelizmente achamos que tem, colocamos limites, o amor derruba essas barreiras e então nos desesperamos...e as barreiras no chão liberam lascas, que as vezes nos acertam e nos machucam, e fica tão difícil caminhar por onde tem lascas de limites derrubados pelo amor...temos medo, gera tristeza...por isso que o fim do amor é o próprio amor... não exige e nem cobra nada, ama porque ama. 
Uma vez aprendi, da maneira mais dolorosa e escrevi em uma das minhas poesias que:
 





Então, errar se torna fútil,
Perdoar desnecessário
E refazer-se ineficaz
Pois o que há em mim é amor,
E isso é perfeito!





Drummond diz que amor é primo da morte e amigo da loucura, que é dado de graça, semeado no vento e foge a qualquer regulamento...Traduzindo, o amor não tem limites e vence qualquer barreira, não cobra nada em troca e não espera que nada venha...Simplesmente ama.

Carta a um amigo (Fragmento) - O Caminhante II

Texto de Ederson Ribeiro Costa


Entretanto, só chega ao fim do caminho quem teve medo e coragem de percorre-lo...é preciso caminhar só, mesmo acompanhado. O caminhante sempre caminha sozinho...só depende dos seus passos e da sua vontade de caminhar...para que haja caminho.

Tenho todo o respeito ao que você acredita...mas tenho que partilhar o que acredito. A minha caminhada fez e faz acreditar que não existe lenda pessoal! Procurando atentamente descobri que lenda traduz-se por: “Tradição popular; relação de acontecimentos que tem mais de maravilhoso do que de verdadeiro; mentira e fantasia; história fantástica relacionado a Santos ou Heróis.”
Procuro, nem sempre consigo, mas tento intensamente viver a verdade da vida, como posso querer identificar ou viver uma lenda pessoal...ainda mais pessoal! O caminho só se faz com a minha caminhada pessoal, mas só tem significado com o encontro com os demais caminhantes...então meu caminho é só e ao mesmo tempo acompanhado de outras pessoas.
Talvez a sua compreensão do que seja lenda pessoal seja exatamente isto o que digo e, portanto eu só chame de outra coisa, mas prefiro assim...e respeito que você prefira do seu modo, como você aprendeu e viveu até agora a construção disso.
É meio estranho, chega a ser misterioso. Como é que caminhamos sozinhos e acompanhados ao mesmo tempo? Mas, preste atenção...não é assim com você também? Nos momentos em que caímos no abismo depressivo, da tristeza, da solidão, percebemos depois que é a falta que temos de nós mesmos, caminhando sozinhos e/ou do encontro com os outros nestes entrelaces do nosso caminho...é um mistério...mas o amor, a felicidade, a amizade também não o são?

Carta a um amigo (Fragmento) - O Caminhante

 Carta a um amigo (Fragmento) - O Caminhante
Texto de Ederson Ribeiro Costa
Uma vez escrevi que:
A SAUDADE É IRMÃ GÊMEA DA LEMBRANÇA, AMBAS VISITAM OS HOMENS FAZENDO-OS RIR OU CHORAR CONFORME APERTAM SEUS CORAÇÕES.
Não tinha noção de como isso realmente é verdadeiro para mim...para mim, é claro! Mas, talvez, possa ser para outros...Talvez para você! Talvez não! Que bom que há saudades em seu coração...e que pena...Se há saudade, há ausência.....Não é? Pensei nisso, lembrando da nossa ultima conversa, saudades da independência do pai, da sua, da vontade de amar...saudades de você mesmo. Tenho saudades suas.


Quem é ou esta ausente...eu ou você? Você ou eu? Somos nós os RESPONSÁVEIS por nos distanciar!

Fico feliz que esteja percorrendo o seu caminho...é preciso caminhar...e o caminho só se faz com o primeiro passo, porém a caminhada com todos os demais passos...o primeiro só faz o caminho...o segundo e o terceiro e o próximo e o próximo e assim por diante formam a caminhada...percorrer o caminho é sempre dar um passo a mais...e nem sempre é saboroso, as vezes é doloroso...é preciso ver o belo no triste, o triste no belo...é preciso...

Entretanto, só chega ao fim do caminho quem teve medo e coragem de percorre-lo...é preciso caminhar só, mesmo acompanhado. O caminhante sempre caminha sozinho...só depende dos seus passos e da sua vontade de caminhar...para que haja caminho.

sábado, 12 de junho de 2010

Chuva




CHUVA

 Texto de Ederson Ribeiro Costa

Chuva que molha

Meu corpo;
Chuva que molha
Minh’alma;
Chuva que molha
Meu sexo;

Chuva que a enchorrada levou

Com meus desejos.

Resposta poética

A tempestade (Gonçalves Dias)
(Fragmento)

Um raio 
Fulgura 
No espaço, 
Esparso 
De luz; 
E tremulo, 
E puro, 
Se aviva, 
Se esquiva, 
Rutila, 
Seduz!


À arte que Gonçalves Dias viu.
 Texto de Ederson Ribeiro Costa
Onde e por que a fada da arte que transforma me esqueceu, sinto-me o mesmo, cadê a tal transmutação?
Só vejo o esquivo dentro de mim...será que fora vejo e sinto também? Ou será que eu o estou criando?
Cadê a arte pra me aliviar o coxo do coração que anda mancando de tanto peso e tanta dor?
Por onde anda você que é rútila...só vejo a escuridão...cadê os refletores...cadê a platéia que eu seduzo e me seduz?

Seduz o brilho que alivia o esquivo da transformação? Não!
 
Fevereiro de 2002
  Idealità e materialismo (1911), di Giulio Monteverde.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Minha vida inteira

Ao sentar-me para escrever me dei conta que não conseguia, pensei, pensei e não conseguia. Recordei de uma poesia de Drummond que retrata neste momento eu e minha vida.

Passei uma hora pensando num verso
que a pena não quer escrever
no entanto, ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.


 Escultura da séire "Urbanos" do artita plástico Kléber José da Silva de Presidente Prudente

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Ouvir


OUVIR

Texto de Ederson Ribeiro Costa



Há gritos...palavras, atos...ecos e um bater de coração abafado, longínquo...
Você consegue ouvir?
Tape os olhos, os ouvidos, a boca...é só sentir...o silêncio.

 

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Esperar o que?

Porque sempre esperamos sempre algo do outro?
Para que?
Porque?
Esperar o que?

É ínteressante, nosso egoísmo delimita o que o outro deve fazer para nos satisfazer.
Quando o outro poderá ser realmente quem é?
Quando vamos amar o outro sem esperar que ele seja o que desejamos que seja e não realmente quem este outro é?

Quando eu, você, todos nós vamos fazer isso?
Não sei... Mas queria tanto dar esse passo rumo a evolução...

Espero que você também faça isso! (Viu só? Olha eu esperando o que minhas expectativas em vocês e não no que vocês querem realmente - esqueçam dêem o passo quando e se quiserem, isso já é evoluir: não atender as expectativas dos outros, mas suas próprias)
Esperar o que? Né minha gente?

terça-feira, 8 de junho de 2010

O NADA

O NADA 
Texto de Ederson Ribeiro Costa 

Então...é assim? 
Como é estranho 
Tanto medo (?) 
E a morte é o nada. 
Vou contar se é que 
Há como descrever. 
É um imenso nada. 
Vazio, como o espaço. 
Sem paredes mas delimitado 
Uma mescla de escuridão 
Com penumbra e ao longe 
Bem longe, quase infindável,
Uma porta luminosa. 
Não há neblina como  
Quando eu era vivo! 
Agora é límpido, 
Escuro e vazio. 
Agora posso ver, 
Estou no centro 
Se é que há. 
Imóvel na penumbra, 
Não choro, não odeio,...não vivo, 
Mas verdadeiramente não morro. 
Vejo tudo o que há. 
O tudo e o nada que 
São a mesma maldita coisa. 
Olho nos olhos do outro 
Profundamente... 
Quanta dor, quanto medo, 
Quanto eu mesmo 
Nesse espelho. 
Foi olhando nesses olhos que morri. 
Deu-se um estrondo, 
Algo inexplicável aconteceu. 
A neblina foi baixando, 
E mais uma vez pude ver 
Além dos olhos... 
O outro tentou me ver 
Mas não havia nem dor sequer. 
Só os iluminados  
Podem ver as verdades  
Internas do outro, 
Porque conhece as suas. 
Morri ali...sem nada. 
Nem dor, nem medo, 
Não havia nenhum sentido. 
Acabou-se todo o sentimento. 
Só restou o amor, 
Esse não morre, 
Quem morre são seus instantes. 
Não havia paramédicos, 
Não havia pedidos de socorro, 
Só o silêncio 
E o sorriso da morte, 
Nem triste nem feliz... 
Só sorriso. 
Talvez que o outro quisesse me salvar, 
Mas não tive como deixá-lo 
Mergulhar em mim por meus olhos. 
Meu olhar perdeu-se no abismo 
Do seu olhar que fazia arder. 
Não restava nada ali, 
Só meu amor 
Verdadeiro bem o sabe... 
Bem o sei. 
Ouviu-se a voz abafada 
Do calar que gritava 
Rompendo o silêncio. 
Aqui jaz a razão da 
Vontade de lutar 
Pelo amor do outro. 
Não deixou esperanças. 
Será velado pela eternidade. 
O enterro será no cemitério 
Da piedade pelo outro, 
Será as escondidas... 
Talvez, para sempre. 
Assim, será ele: 
O atestado de óbito 
Da vontade da razão 
De esperar amar e ser amado.
Isso morreu e eu fui 
Deixado vivo, 
Tenho medo que eu 
Tenha morrido  
E não saiba disso. 
Será? 
Enquanto isso se ouvia 
Seus medos, 
Suas angústias, 
Suas dúvidas... 
E agora ouço 
O que há de mais profundo em você. 
O eco do choro virginal... 
Do seu choro...  
Dentro de mim.

AS PALAVRAS QUE GRITEI



AS PALAVRAS QUE GRITEI
Texto de Ederson Ribeiro Costa

São elas, as belas palavras.
São eles, os atos inocentes.
E agora, vejo tudo o que não quis ver quando fechei os olhos.
E agora, ouço as palavras que gritei...
Ouço os gritos do silêncio.
Eu sei, que silenciei...

domingo, 6 de junho de 2010

Conselheiro

Deus usa truques para falar  com a gente, esses truques chamam-se amigos


Amanhã você renasce

Te encontrei pela vida ou fui encontrado por ti
Amanhã você renasce
Desejo que não renasça de forma comum
Mas renasça de sentidos, de significados, de mudanças
Que você renasça como renasce o dia, a noite, outros, nunca os mesmos.
Amanhã o dom da vida te presenteará, você renascerá, amanhã...
E hoje eu espero, fico no aguardo.
Ansioso é verdade, porém, esperando...
Que você venha de alguma forma, me salvar de mim
Ou me fazer salvador de ti. Mesmo não fazendo muito, só presente.
Outros sentidos, outras palavras, amanhã você renasce para a mudança.
Amanhã o dia vem, você com outros significados e olhares
Amanhã, mas não deve só esperar sobreviver até lá, há vida ai dentro
Há vida lá fora, é tempo de viver...
Não perca tempo para ser amado, ser acariciado, ser beijado, ser amado...feliz
Porque a vida não espera...


sábado, 5 de junho de 2010

Sem chão

O que fazer quando se fica sem chão
Sem caminho
Sem apoio
Sem escolha
Sem nada
O que fazer quando não há horizontes,
Planos
Perspectivas
Objetivos
Sonhos
E palavras
O que fazer quando me sinto abandonado

Desolado
O que fazer...
Como fazer?

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Adeus

 Texto de Ederson Ribeiro Costa
Mesmo não estando presente
Vá em paz, mas não leve a minha
Mesmo com coisas pendentes
Vá em paz, mas não atrapalhe as minhas
Mesmo que usando meus sentimentos
Vá e paz, mas saiba que eu crescerei com isso
Mesmo destruindo meus sonhos
Vá em paz, saiba que construirei outros.

Vá, vá em paz, e deixe refazer-me.

Mentir

 Texto de Ederson Ribeiro Costa
Quando se fala para uma criança que não se pode mentir de jeito nenhum, erramos.
A  mentira é uma forma de defesa, claro que se deve ensinar que mentir não é correto, mas nem toda a mentira é ruim.
Se chega um estranho no portão e a criança esta em casa só não pode dizer que esta só, esta mentindo, mas para proteger-se.
Nós, psicólogos, sempre temos que analisar o que há de "comum" neste processo, e o que há de "incomum" também.
E quando se mente sem ser pra se proteger? Quando  mentira é algo que gera prazer ou evita a dor mas provoca muito mais danos a outrem?
Mentir é uma arma de proteção e destruição. Quando  a verdade dói mas se lida com ela ela é instrumento para o crescimento. Quando a mentira aparece e cresce e cresce e parece, magoa, dóis, gera culpa, remorso, desconfiança e muita, mas muita perda.
Mentir apra mim, só se for funcional. Mentir sobre o que se snente chama-se falta de respeito, crueldade, maldade.
Já experimentei as duas forma de mentira nas duas especificidades de mentidor e mentido, não me façam passar por mais nenhuma destas coisas, por favor!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Meu segredo

Você que olha meus olhos
Você que me encanta sorrindo
Você que teme meu toque
Você que deseja minha presença
Você que, agora, sabe meu segredo
Você ouve : sou só
Você vê, sou só solidão
Você sabe... sou sozinho.

Agora conhece o segredo.

Entrega



Conheço alguém, como eu.
Conheço alguém que tem medo, medo diferente, mas tem medo.
Conheço alguém que tem medo da entrega.
Que tem medo do contato, do abraço verdadeiro, do beijo inteiro.
Conheço alguém que tem medo.
Que teme o contato, que teme o que de fato teme.
O toque, o ser tocado
A entrega

Todo Beijo

Todo Beijo

Composição: Marcelo/ Graça Motta
 
Todo beijo, seja qual for o desejo
Quem há de dizer que não?
Dente, língua, coração
Seja a boca exata ou não
Todo beijo em si é sempre são
Todo beijo, seja qual for o desejo
Quem há de dizer que não?
Dente, língua, coração
Seja a boca exata ou não
Todo beijo em si é sempre são
O desejo quando não mora no beijo
Deve estar em algum lugar
Sexo, sina, solidão
Todo beijo em si é são
Quando esse desejo enfim for seu

terça-feira, 1 de junho de 2010

Id, Ego e Superego

Depois de um semestre dando aulas em cursos diversos, alguns ensinado psicanálise, um aluno, no final do semestre me pergunta o que é Id, Ego e Superego. Depois de tanta explicação, trabalhos, dinâmicas e das provas, de tudo isso, ele me faz uma pergunta dessa.
Não sei se respondi, entretanto,  fiquei com minhas três instancias dissociadas, aqui estão!

Teatro

Olhar


Não posso te ver?
Eu posso!
Olhei dentro de seus olhos hoje
Vejo o que vês
Olho o que olhas
Só não enxergo o que enxergas, 
Esse dom Deus não compartilhou.

(Ederson Ribeiro Costa, Maio de 2010)

Algo do outro

Desejo, carencia, o que será?
Porque todos nós, seres humanos, esperamos algo do outro?
Que interessante, não devíamos, mas fazemos sem pensar, pestanejar.
Esperamos ligar, agradar, lembrar, sentir...mas infelizmente não basta.
O outro nunca basta, talvez, porque queremo demais.
Queremos que o outro queira o que queremos...
Egoísmo? Não sei ao certo, mas sei que o outro é livre.
E sendo livre, vai e faz o que quer...
Quero, agora, neste intante, querer que o outro queira o que quiser!
Mas não é fácil...de novo vem a mente: devia ter feito isso ou aquilo...
E não ter sido quem realmente é, mas a fantasia do que eu gostaria que fosse!

Fiel

Eu sou fiel, não só porque é um jogo moral, sou fiel ao que sinto.
Ser fiel ao que se sente é não atrair o amor que se tem pelo outro, não o outro em si.

Quem trai o outro, trai a casca, os órgãos. Quem trai o que sente se trai, se engana se fariseia.

Sou fiel ao meu amor, não a quem amo.
Adoraria ser fiel como um cão, mas sou fiel, como um anjo que sente divindade ao acompanhar o que há de mais perfeito: a humanidade... imperfeição, ou perfeição em contrução.
* Este é meu fiel amigo Branco.

Sem palavras, sem mãos.

A poesia fornece alguns subsídios para mim, falo por elas poque não encontro palavras para expressar o que sinto, mas alguém já conseguiu de forma tão sublime.
Homero dizia que "os olhos são a janela da alma", como amo olhar nos olhos...como amo ser olhado nos olhos, vejo além, vejo e sinto o que vejo! Há uma poetiza que fazia poesia erótica no século passado que assim dia: Onde estará nossas almas, que um dia se entreolharam por nossos olhos?"
...ONDE ESTARÁ

Vou além disso, como diz Edna Flor, em sua faceta de poetiza: "Porque a gente é como criança, que quer sermpre pegar o que a mão não alcança?"
E quero...



Sabotagem: abram as mentes!

Hoje, depois de uma prova, fácil, singela, fiquei pensando o porque dos meus alunos (alguns deles) se sabotarem tanto, acharem que o fácil é melhor. É uma pena, não se dão conta quero avaliar o que aprenderam porém, a aprendizagem é mais do que ser avaliado na Universidade, na Faculdade.
Aprender e crescer rumo a humanização, quanto mais se sabe mais humano se é. A gente aprende dissolve dúvidas e cria outras, conhecer é sempre perceber que mais e mais vem.
Crescer é acumular conhecimento, não só o acadêmico, claro, mas se queremos ser cientistas das diversas áreas que fazemos parte precisamos ir além do senso comum. Só assim o cotidiano deixa de ser o comum e pode ser o mais que comum, o critico, o melhorado.
Uma aluna me perguntou se fico triste ao dar notas baixas:
Fico! Fico me achando péssimo professor, incompetente.
Obviamente que a responsabilidade não é só minha no proceso ensino-aprendizagem somos co-responsáveis, mas fico pensando: O que eu deixei de fazer? O que mais eu poderia ter feito para o desenvolvimento destes? O que dizer de duas aulas sobre um texto de três páginas, teórica, dinamizada, lida...e mesmo assim notas baixas. Sou eu que estou aquém, ou são eles que não conseguem ir além?
Ser professor é mediar o indivíduo sair do real para o que ele pode "vir a ser"...e, sinceramente, quero cada vez mais ver meus alunos humanizados, desalienados, criticos...e felizes.
Parem de se sabotar, meu alunos, vejam além das possibilidades, partam do que já possuem para o sonho de ser sempre melhor, de crescer o que puderem...rumo o desenvolvimento enquanto pessoa e enquanto sociedade para a contribuição de um mundo melhor! ABRAM SUAS MENTES!