"Perdi-me dentro de mim Porque eu era labirinto E hoje, quando me sinto, É com saudades de mim."

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mal amado

Conheço alguém, o que me assombra, que tem medo de amar e ser amado, teme mais amar do que sofrer. Que susto, que coisa...lamentável!
Fiquei impressionado, como podem perceber, não só pelo que creio, que vivo, mas pelo o que vejo, ouço. Quase todos os meus clientes, amigos, parentes, alunos querem ser amados e amar, buscam (mesmo de erroneamente) isto. Conhecer alguém literalmente mal amado, que teme amar, porque as relações de afeto vividas e viventes são todas de amor (se é que é e há) com dor (sempre, sempre e sempre), de dor e abandono ... isso me deixa atônito.
Não estou atônito por ver alguém que não ama, mas porque existe alguém que teme ser amado. E esse alguém, por loucura que pareça, desdenha amar e ser amado.
Deseja, mas teme. Não quer...mas deseja. Que fazer com a dualidade, a antinomia de desejar amar e ser amado e não querer sofrer por amar e ser amado? Como poder saber o que é outro tipo de amor que o não conhecido, de dor e abandono, cobranças?
Como se ensina a amar?
Eu não sei, mas as vezes acho mais simples do que o meu maior assombro: como se ensina a ser amado?
Só amando? Só mando....amando e se permitindo ser amado! O amor é fenomenológico, não positivo, tem que se envolver com o objeto, não se distanciar dele, só assim vai compreender o que e como é....

Um comentário:

  1. Segundo o Drummond amar se aprende amando.
    Mas talvez tb se possa aprender a amar apenas vendo o amor alheio...
    Mas amar eu não sei o que seja, gostar muito, ter muito afeto é confundido com a tal entidade "amor". Mas mesmo pro afeto acontecer, o coração tem de permitir.
    Ter medo de amar, é ter medo de si mesmo.
    Pior que ter medo dos monstros que nos vendem, é ter medo do próprio monstro que porventura habita o nosso ser!
    Em tempo: "monstro", do latim, é aquilo que se mostra, então o amor pode ser o monstro de alguém, também!

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