"Perdi-me dentro de mim Porque eu era labirinto E hoje, quando me sinto, É com saudades de mim."

sábado, 4 de setembro de 2010

Do Fernando Pessoa

"Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, começe novamente.
Se estiver tudo certo, continue...
Se sentir saudades, mate-a!
Se perder um amor, não se perca!
Se achá-lo, segure-o.
Circunda-te de rosas, ama, beba e cala.
O mais, é nada!"

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Paisagens

Amigos são coisas raras e preciosas mesmo, tenho a felicidade e, para alguns, sorte ou benção de ter amigos raros, caros.
Sobre minha ultima postagem meu amigo Dagmar me respondeu assim:

Dagmar Vilela Rodrigues - Esses forma momentos que vc reservou o tempo para si............com belas paisagens!
E aí dentro? Tá reservando o tempo para si? Com quais paisagens?
Às vezes a paisagem e o combustível qua acalma está mais próximo do que imaginamos, nas coisas simples, ou nas que nos irritam...
Om Shanti!!

Eu acho que demorei para digerir a reposta do meu grande amigo e irmão de caminhada.
Creio que sei porque. São belas paisagens de fora, e quando falo fora não minto, são de fora de mim e do país...são de fora da cotidianidade que estou inserido, que criei e me cria. Fora...longe, parada, fuga.
Aqui dentro amigo, não sei o que há faz tempo, não sei se há paisagens no vazio! Talvez você tenha razão, eu precise me acalmar ou me irritar mais para valorizar o que há de próximo, não de longe....
Acabei fazendo listas do que valorizo, como amigos, familia, conquistas profissionais, aprendizagem e tantas outras coisas, mas percebo que estão fora de mim novamente....
Deve ser por isso que trabalho tanto, se trabalho etmologicamente vem de sofrimento, devo estar purgando...ou me autoflagelando. Mas tem uma coisa que me passa....paisagem é olhar de dentro...há algo aqui (Descartes tinha razão nisso!)...
Ó Chenti, pois não sei o que é Om Shanti!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Saudades

Ausente por algum tempo, falta de tempo, e para tudo. Fico aqui, pensando, o para que vivemos desta forma, com que finalidade nos esquecemos e vamos vivendo sem critica para termos o que a sociedade quer que tenhamos...estranho, mas não há felicidade nisso, porém, sem isso, totalmente há vazio...ausência de nós mesmo é um perigo, mas estou com saudades da tranquilidade, por isso hoje postarei uma fotos minhas na Argentina e em Curação descansando... para que eu me recorde sempre dos momentos que reservei para mim mesmo....e que agora são tão poucos.

Em Boca Tabla  -  Curação, nas Antilhas Holandesas

Em em uma ilha no Delta, em tigre - Argentina.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sem sentido.

Esta chegando o dia que eu partiria definitivamente para Buenos Aires, vida nova, era o que eu pensava. E foi, é uma vida nova que estou tentando construir depois de saber que o que me motivava a ir passou, se foi, acabou.
Esta mais dificil, achei que não seria assim...encontrei uma música muito linda em espanhol cantada pelo Boys Two Men, ouço a cada segundo...
Pior, quem me salva nestas horas esta ausente (estou saudoso)...e eu não sou capaz de me salvar agora....neste momento.
 No Dejemos que muera el amor

vivimos como extraños tu y yo
apenas nos hablamos todo es discucion
hay un vacio en el corazon
seria demasiado un gesto de amor.

quizas una caricia pueda salvar la ilusion
no dejemos que muera el amor
si en el fondo nos duele partir
no dejemos que muera el amor
no es posible la vida sin ti
te necesito hoy.

a veces yo te veo llorar
y se cuando el dolor no se puede ocultar
me debes otra oportunidad
si todo lo pasado no vuelve a pasar

por que seguir sufriendo y no volver a empezar
no dejemos que muera el amor
si en el fondo nos duele partir
no dejemos que muera el amor
no es posible la vida sin ti
te necesito hoy

quizas una caricia pueda salvar la ilusion
no dejemos que muera el amor
si en el fondo nos duele partir
no dejemos que muera el amor
no es posible la vida sin ti
te necesito hoy... te necesito hoy...te necesito hoy


Mas continuo...preciso continuar, vou continuar...só não sei para onde...vou fazer uma mapa de planos a médio prazo para minha vida, de mês a mês, colocar na porta interna do meu guarda-roupa, como no inicio de ano, como faz minha amada amiga Régis, acho que preciso fazer planos....se não a vida fica cada vez mais sem sentido...aliás, preciso construir sentido, estou sem...

terça-feira, 27 de julho de 2010

Kiss


É tarde

É tarde
Ederson Ribeiro Costa

Falo a língua dos loucos
Respiro o ar que se foi
Olho pra lua dia e noite
Cuido de mim só depois

É tarde, não volto
Se me encontar
Me devolva
Preciso de mim

Não deixe que eu grite
Que eu chame atenção
Se eu perceber me deixe na mão
Me bata, me mate

É tarde me canta
Se me seduzir
Não me conte
Não quero fugir

Não, não permita
Que eu deixe você...
Nem mesmo que eu queira
Pra poder me esquecer

É cedo, não vou
Se não me encontar
Me procure aqui
No caminho pra mim.

Cuido de mim só depois
Pra poder me esquecer
Não quero fugir
Pra poder me esquecer


segunda-feira, 26 de julho de 2010

A idéia da semente.

Minha incursão teatral me deu muita dor de cabeça, primeiro que é uma montagem ousada, curta, mas eu estou desacostumado. Na verdade o grupo de teatro que me convidou tem uma proposta nada con vencional, acho que estou ficandono convencional, e isso me entristece.
Outro aspecto é o texto forte, então descobri que estou mais sensível do que imaginava, eu conhecia o testo, fazia parte dele e fiquei arrasado...o espetáculo mexeu comigo.
Ser ator...ser artista...ser humano...quem destes serei eu?

sexta-feira, 16 de julho de 2010

ELEMENTOS

ELEMENTOS

Texto de Ederson Ribeiro Costa
Eu, com gosto salgado do sêmen da vida na boca.
Sentindo o cheiro do sexo que a terra temia em fazer com o ar.
Ouvindo gemidos de dor, amor, prazer, e fingimento do fogo com a água a roçar.
O grito desesperado...a terra gira e vai acabar sempre no mesmo lugar.
Parem!
“Parem a terra, que eu também quero descer!”

Me retrata neste momento da minha vida.

Quando tudo diz que não
Sua voz me encoraja a prosseguir
Quando tudo diz que não
Ou parece que o mar não vai se abrir
Sei que não estou só

sábado, 10 de julho de 2010

OLHOS QUE VEÊM

OLHOS QUE VEÊM
Texto de Ederson Ribeiro Costa

Olhar e diante dos olhos ver o que está além...
Sentir seus sentidos...sentir
Sentir que sou um estranho...
Um estranho em você.
Um estranho..., um estranho em mim mesmo!
Sentir um coração...que bate, pulsa, mas...
Está além, parou.
Lembranças, saudades...lembrar aquela história:
- “...está vivo ou morto?”
Na mente a resposta...a verdade:
- “A resposta está em suas mãos!”
Que pena..., o passarinho está em suas mãos,
As minhas estão vazias...juntas...e só!
Simplesmente só e pedindo:
- Por favor, me deixe ir com você?
O lugar destinado é o enigma do “além”, o estigma do olhar...os olhos...
Os olhos que demonstram o medo, insegurança, confusão na mente...o medo!
O medo de morrer por seu desejo...de beijar aquela boca que sorria e no olhar despia...até na alma...olhando nos olhos e vendo o que está além...do além!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

CONSTRUINDO?


CONSTRUINDO?

 Texto de Ederson Ribeiro Costa

Cavalo branco?
Reboco torpe.
Tijolo tolo
Betoneira muda
Tenho tudo. Tudo?
E quem comigo
Construirá a realidade
Que sonho?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mal amado

Conheço alguém, o que me assombra, que tem medo de amar e ser amado, teme mais amar do que sofrer. Que susto, que coisa...lamentável!
Fiquei impressionado, como podem perceber, não só pelo que creio, que vivo, mas pelo o que vejo, ouço. Quase todos os meus clientes, amigos, parentes, alunos querem ser amados e amar, buscam (mesmo de erroneamente) isto. Conhecer alguém literalmente mal amado, que teme amar, porque as relações de afeto vividas e viventes são todas de amor (se é que é e há) com dor (sempre, sempre e sempre), de dor e abandono ... isso me deixa atônito.
Não estou atônito por ver alguém que não ama, mas porque existe alguém que teme ser amado. E esse alguém, por loucura que pareça, desdenha amar e ser amado.
Deseja, mas teme. Não quer...mas deseja. Que fazer com a dualidade, a antinomia de desejar amar e ser amado e não querer sofrer por amar e ser amado? Como poder saber o que é outro tipo de amor que o não conhecido, de dor e abandono, cobranças?
Como se ensina a amar?
Eu não sei, mas as vezes acho mais simples do que o meu maior assombro: como se ensina a ser amado?
Só amando? Só mando....amando e se permitindo ser amado! O amor é fenomenológico, não positivo, tem que se envolver com o objeto, não se distanciar dele, só assim vai compreender o que e como é....

terça-feira, 29 de junho de 2010

Ser adulto...em tudo.

"Ser adulto e responsável não é apenas pagar as próprias contas. É, antes de tudo, eliminar o ciúme, a insegurança, o medo do abandono, a cobrança e a posição de vítima na família. É ter consciência e aceitar que pais e mães, antes de assumirem essa condição, também foram filhos e educados num determinado contexto, com histórias que se fundem e perpetuam valores. Honrar pai e mãe: atitude para a paz".

Elizete Feliponi

http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2807331.xml&template=4187.dwt&edition=14098&section=882

Isso sim é RENASCER. Crescer e tornar-se verdadeiramente maduro, adulto...quero ser assim um dia...

O Caos

É necessário ter o caos cá dentro para gerar uma estrela.
Friedrich Nietzsche
 
 

sábado, 26 de junho de 2010

Sobre Eros e Psiquê

Fiquei alguns dias, poucos é verdade, sem postar. Creio que estava contemplando a minha princesa interna dormindo...
Estou fazendo um orkut novo pra meus alunos, tem uma função importante, aproximá-los (alguns nem se conhecem, cursos diferentes, faculdades diferentes, estados diferentes) e que eu possa falar coisas que são somente para eles, além de protegê-los de alguns contatos inconvenientes que fazem (ou fizeram) parte da minha vida, mas que eu não creio que deva fazer parte da deles.
Falar sobre isso me remeteu ao quanto sou protetor, cuidador, e ser assim é algo terrível, remete ao controle, sou, portanto controlador?
Existem pessoas que na hora pulam (susto, revolta, ou sei lá o que mais), não querem ou não sabem ser cuidados ou controlados (se é que é o caso)...estou precisando contemplar a princesa interna novamente para resolver este enigma, há cuidado sem controle?
Se há, quero saber qual pratico...dentro e fora de mim!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Eros e Psique - Fernando Pessoa

Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.


A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.

Fernando Pessoa
O primeiro beijo de Bouguereau

domingo, 20 de junho de 2010

Presença ausente.


Presença ausente.
Ederson Ribeiro Costa – 06.03.2007

A sua presença na ausência
De quando olho pra lua
Na rua, mesmo assim, nua
No meu pensamento, indecência

A minha triste demência
Meu coração, meu mundo, minha alma
A ausência na presença
No espelho em que não me encontro, calma

Olha pra mim
Esquece o fim
O meio de terminar de começar
A esquecer o que eu lembro

Sua presença, mesmo na ausência
Que me sufoca de lembrar
Que não me esqueço
Mesmo quando há começo e terminar

Na rua, na cama, decepção
Não fecho os olhos pra ver
Não abro a boca pra conter
Quando posso ver e dizer

Como você se chama
Como você me chama
Chama...presente mesmo na ausência
Chama...lá no meu portão

Mesmo que for pra me mandar
Pra dentro do furacão
Que é estar com você
Quando ausente, mesmo presente.

No inferno da solidão...que é ter você
No céu, clarão....que é ter você
No mundo comum...que é ser eu
Mesmo presente em você e ausente em mim.


sábado, 19 de junho de 2010

Chuva no lago


Chuva no lago
cada gota
um lago novo
Alice Ruiz

Talvez


Talvez
Texto de Ederson Ribeiro Costa


Reavaliar conceitos não é fácil.
Fico pensando nessa loucura 
de se definir para depois agir, 
será correto? 
Talvez, somente talvez, 
essa definição não exista... 
nem o correto. 
Acho que preciso de um porre 
de silêncio e mim mesmo 
para aquietar o coração. 
A tranqüilidade de ontem 
passou a ser a angustia de hoje. 
Talvez, e somente talvez, 
para sempre.
Ou não!

Ederson

E d e r s o n
É,
Der som,
Der silêncio,
Der o que quiser,
O que der e vier...
e der som,
é
Ederson!
Abril de 2002

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Des’erer


Des’erer

Texto de Ederson Ribeiro Costa

O querer que habita a luz do meu ser
Não domina o desejo do Eu teimoso,
Receoso, talvez, medroso que em mim vive.
Estou invólucro. Dúbio
Assim, eu jogo as pedras pra me proteger do ar.
Dúbio, machuco a alma pra não sangrar o coração.
Por fim, dúbio e antionômico 
Coro de solidão por medo de chorar da dor do amor.
Quero desejar, desejo querer. Será?
Des’erer eu mesmo libertar meu interior 
E vagar entre a luz e a escuridão. 
Não na sombra, não, nunca!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Arte e Psicologia

Arte e Psicologia
Por Ederson Ribeiro Costa
Está havendo uma revolução ética e uma procura de novos caminhos para as psicologias (mesmo que tímida e discreta), que conclui antes de tudo que a consciência não é somente uma coisa ou outra, mas construída pela razão e também pela emoção e afetos.
Você me perguntaria: e onde entra a arte nessa história?
A arte entra como algo que aproxima o indivíduo do mundo como um todo, produto universal histórico e sua vertente de trabalho é, entre outras, a emoção.
A emoção identifica o indivíduo com o resto da humanidade de alguma forma. Na verdade ela aproxima-nos de uma cultura ou outra, de uma forma de arte, de expressão ou outras.
A emoção pode ser artística, com sensibilidade, algo que transita internamente por nós e de acordo com alguns autores tem um caráter universal e uma linguagem diferenciada, aquela que de uma forma ou outra chega a estabelecer um contato, uma relação com a obra.
O artista fala mais facilmente das emoções, Vigotsky fala que a percepção estética passa por um processo catártico quando você se depara com a contradição entre forma e conteúdo na obra de arte. O que se tem visto por aí não é muito diferente, e volto a afirmar que o processo criativo, que é uma condição essencialmente individual, se dá através da emoção e do gosto estético de cada um. Porém não se pode e não se deve esquecer que todos esses fatores, principalmente o gosto estético, são formados historicamente, socialmente e culturalmente centrado no contexto vivencial deste indivíduo.
Você pode estar se perguntando novamente: Espere aí. Quer dizer que a minha arte está vinculada com o processo social, histórico e cultural do qual estou inserido?
Sim! É isso mesmo. Mais que isso, é afirmar que não há nada que seja produzido pelo artista e não seja comprometido ideologicamente. E a ideologia dele também é comprometido e construída a partir do processo histórico, social, cultural e etc.
Viu só, amigo leitor, estamos emaranhados num processo cíclico e infinito de comprometimento de construção social, até nossa individualidade provavelmente não existiria sem isso.
Funciona assim, imagine um grande espetáculo em que você faça parte. Algumas vezes você protagoniza as cenas (o processo), outras você só figura (quando você vivencia as conseqüências destas intervenções em que você também teve parte) e sendo ator do espetáculo não há como assisti-lo como espectador. Você faz parte desse processo e pronto. Para mudar o processo você terá que protagonizar novamente e conseguir adesões nesse processo para a mudança.
O que a arte nos dá como material para isso? A arte é a expressão deste processo comprometido com todos os demais, ela expressa a emoção desse artista – povo – indivíduo como algo não fragmentado e sim um todo. Junta assim a emoção e a percepção.
Não é o simples ato de reproduzir, é de produzir. De acordo com Vigotsky o que ao artista cria está comprometido com o que o processo histórico está te oferecendo, na verdade é a impressão desse momento e processo histórico. Mas algo de novo tem de ser criado e isso é arte, quem reproduz não faz arte, só copia, não expõe emoções, não fala do processo de criação, do momento constituído da vida cotidiana, da social e da histórica.
A Psicologia tem (ou deveria ter) esse comprometimento, principalmente por lidar com o indivíduo, principalmente, por ser a única ciência a lidar dentro das ciências humanas com o indivíduo. A Psicologia tem que, como a arte, falar uma linguagem simples e verdadeira. Essa linguagem tem que ser acessível a todo mundo para comunicar o conhecimento, o nosso conhecimento científico de Psicologia. A nossa obrigação, então, como cientistas é ajudar esta população, da escola, da periferia, da favela, enfim toda e qualquer a ter conhecimento de si mesma. O nosso compromisso é com a população e não com a academia. Temos que ver a academia como instrumento de aperfeiçoamento e construção pela e para a população.
Temos que fazer e refazer o paradigma da psicologia no dia a dia de nossos atendimentos, estudos e vida. Devemos seguir o exemplo da arte que constantemente faz críticas aos paradigmas diversos, incluindo o dela mesma: O que é arte? Isso pode ou não ser considerado arte?
E esse meu texto, é arte? Se você respondeu que não ou que sim temos que prestar atenção de que arte estamos falando, e não é da arte sinônimo de traquinagem e sim da obra, da expressão de arte, comprometida, é claro, com esse processo e imprimindo o momento histórico e social que estamos, eu e você, vivendo e construindo.
E aí? Que tal fazermos uma reflexão com uma postura hermenêutica em relação a isso?

Te espero na próxima! E se você quiser pode me dizer o que pensa sobre tudo isso.
Baseado na entrevista com Silvia T. Maurer Lane: “Parar para pensar...E depois fazer!”
Psicologia E Sociedade; 8(1): 3-15; jan./jun.1996.

Publicado inicialmente em: COSTA, E. R. . Arte e psicologia. Araçatuba - SP: Impresso Integração Artes Gráficas, 2002 (Jornal Universitário). 

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A vida passa?

 

A vida passa? 

 
Corre-corre. Vai e volta
Sobe e desce. Eta vida!
É na pressa deixo passar
O inevitável:
O tempo de transcender.
Tenho apenas uma dúvida:
Vai passar de novo? Vai?

SENTADO ESPERO

SENTADO ESPERO
Texto de Ederson Ribeiro Costa



Não há palavras...
As folhas já não caem.
O outono dos meus sentimentos chega ao fim.
Olho as páginas amareladas;
O tempo passa até para si mesmo.
Não há lágrimas...
Ou há? Será?
Sufoca o grito...
Prende a mão que não ergue,
Não espalha...,não quebra o espelho.
Porque você não vem?
Tenho medo! Medo do seu medo.
Aperto o coração.
Talvez a dor diminua.
Não sei se há mágoa no lago,
Mas há silencio...
As palavras não vem,
O beijo não vem,
Mas os olhos falam.
O silêncio é imortal
Imortal é também o medo
Medo de perder você
Que eu não tenho.
Porque você não vem?
Não há sentimentos...,há?
As palavras não vem...
E agora eu choro,
Você não veio.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Carta a um amigo (Fragmento) - O Caminhante III

Texto de Ederson Ribeiro Costa


Orgulho-me de você querer amar até o ultimo limite... só que amar não tem limites e infelizmente achamos que tem, colocamos limites, o amor derruba essas barreiras e então nos desesperamos...e as barreiras no chão liberam lascas, que as vezes nos acertam e nos machucam, e fica tão difícil caminhar por onde tem lascas de limites derrubados pelo amor...temos medo, gera tristeza...por isso que o fim do amor é o próprio amor... não exige e nem cobra nada, ama porque ama. 
Uma vez aprendi, da maneira mais dolorosa e escrevi em uma das minhas poesias que:
 





Então, errar se torna fútil,
Perdoar desnecessário
E refazer-se ineficaz
Pois o que há em mim é amor,
E isso é perfeito!





Drummond diz que amor é primo da morte e amigo da loucura, que é dado de graça, semeado no vento e foge a qualquer regulamento...Traduzindo, o amor não tem limites e vence qualquer barreira, não cobra nada em troca e não espera que nada venha...Simplesmente ama.

Carta a um amigo (Fragmento) - O Caminhante II

Texto de Ederson Ribeiro Costa


Entretanto, só chega ao fim do caminho quem teve medo e coragem de percorre-lo...é preciso caminhar só, mesmo acompanhado. O caminhante sempre caminha sozinho...só depende dos seus passos e da sua vontade de caminhar...para que haja caminho.

Tenho todo o respeito ao que você acredita...mas tenho que partilhar o que acredito. A minha caminhada fez e faz acreditar que não existe lenda pessoal! Procurando atentamente descobri que lenda traduz-se por: “Tradição popular; relação de acontecimentos que tem mais de maravilhoso do que de verdadeiro; mentira e fantasia; história fantástica relacionado a Santos ou Heróis.”
Procuro, nem sempre consigo, mas tento intensamente viver a verdade da vida, como posso querer identificar ou viver uma lenda pessoal...ainda mais pessoal! O caminho só se faz com a minha caminhada pessoal, mas só tem significado com o encontro com os demais caminhantes...então meu caminho é só e ao mesmo tempo acompanhado de outras pessoas.
Talvez a sua compreensão do que seja lenda pessoal seja exatamente isto o que digo e, portanto eu só chame de outra coisa, mas prefiro assim...e respeito que você prefira do seu modo, como você aprendeu e viveu até agora a construção disso.
É meio estranho, chega a ser misterioso. Como é que caminhamos sozinhos e acompanhados ao mesmo tempo? Mas, preste atenção...não é assim com você também? Nos momentos em que caímos no abismo depressivo, da tristeza, da solidão, percebemos depois que é a falta que temos de nós mesmos, caminhando sozinhos e/ou do encontro com os outros nestes entrelaces do nosso caminho...é um mistério...mas o amor, a felicidade, a amizade também não o são?

Carta a um amigo (Fragmento) - O Caminhante

 Carta a um amigo (Fragmento) - O Caminhante
Texto de Ederson Ribeiro Costa
Uma vez escrevi que:
A SAUDADE É IRMÃ GÊMEA DA LEMBRANÇA, AMBAS VISITAM OS HOMENS FAZENDO-OS RIR OU CHORAR CONFORME APERTAM SEUS CORAÇÕES.
Não tinha noção de como isso realmente é verdadeiro para mim...para mim, é claro! Mas, talvez, possa ser para outros...Talvez para você! Talvez não! Que bom que há saudades em seu coração...e que pena...Se há saudade, há ausência.....Não é? Pensei nisso, lembrando da nossa ultima conversa, saudades da independência do pai, da sua, da vontade de amar...saudades de você mesmo. Tenho saudades suas.


Quem é ou esta ausente...eu ou você? Você ou eu? Somos nós os RESPONSÁVEIS por nos distanciar!

Fico feliz que esteja percorrendo o seu caminho...é preciso caminhar...e o caminho só se faz com o primeiro passo, porém a caminhada com todos os demais passos...o primeiro só faz o caminho...o segundo e o terceiro e o próximo e o próximo e assim por diante formam a caminhada...percorrer o caminho é sempre dar um passo a mais...e nem sempre é saboroso, as vezes é doloroso...é preciso ver o belo no triste, o triste no belo...é preciso...

Entretanto, só chega ao fim do caminho quem teve medo e coragem de percorre-lo...é preciso caminhar só, mesmo acompanhado. O caminhante sempre caminha sozinho...só depende dos seus passos e da sua vontade de caminhar...para que haja caminho.

sábado, 12 de junho de 2010

Chuva




CHUVA

 Texto de Ederson Ribeiro Costa

Chuva que molha

Meu corpo;
Chuva que molha
Minh’alma;
Chuva que molha
Meu sexo;

Chuva que a enchorrada levou

Com meus desejos.

Resposta poética

A tempestade (Gonçalves Dias)
(Fragmento)

Um raio 
Fulgura 
No espaço, 
Esparso 
De luz; 
E tremulo, 
E puro, 
Se aviva, 
Se esquiva, 
Rutila, 
Seduz!


À arte que Gonçalves Dias viu.
 Texto de Ederson Ribeiro Costa
Onde e por que a fada da arte que transforma me esqueceu, sinto-me o mesmo, cadê a tal transmutação?
Só vejo o esquivo dentro de mim...será que fora vejo e sinto também? Ou será que eu o estou criando?
Cadê a arte pra me aliviar o coxo do coração que anda mancando de tanto peso e tanta dor?
Por onde anda você que é rútila...só vejo a escuridão...cadê os refletores...cadê a platéia que eu seduzo e me seduz?

Seduz o brilho que alivia o esquivo da transformação? Não!
 
Fevereiro de 2002
  Idealità e materialismo (1911), di Giulio Monteverde.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Minha vida inteira

Ao sentar-me para escrever me dei conta que não conseguia, pensei, pensei e não conseguia. Recordei de uma poesia de Drummond que retrata neste momento eu e minha vida.

Passei uma hora pensando num verso
que a pena não quer escrever
no entanto, ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.


 Escultura da séire "Urbanos" do artita plástico Kléber José da Silva de Presidente Prudente

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Ouvir


OUVIR

Texto de Ederson Ribeiro Costa



Há gritos...palavras, atos...ecos e um bater de coração abafado, longínquo...
Você consegue ouvir?
Tape os olhos, os ouvidos, a boca...é só sentir...o silêncio.

 

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Esperar o que?

Porque sempre esperamos sempre algo do outro?
Para que?
Porque?
Esperar o que?

É ínteressante, nosso egoísmo delimita o que o outro deve fazer para nos satisfazer.
Quando o outro poderá ser realmente quem é?
Quando vamos amar o outro sem esperar que ele seja o que desejamos que seja e não realmente quem este outro é?

Quando eu, você, todos nós vamos fazer isso?
Não sei... Mas queria tanto dar esse passo rumo a evolução...

Espero que você também faça isso! (Viu só? Olha eu esperando o que minhas expectativas em vocês e não no que vocês querem realmente - esqueçam dêem o passo quando e se quiserem, isso já é evoluir: não atender as expectativas dos outros, mas suas próprias)
Esperar o que? Né minha gente?

terça-feira, 8 de junho de 2010

O NADA

O NADA 
Texto de Ederson Ribeiro Costa 

Então...é assim? 
Como é estranho 
Tanto medo (?) 
E a morte é o nada. 
Vou contar se é que 
Há como descrever. 
É um imenso nada. 
Vazio, como o espaço. 
Sem paredes mas delimitado 
Uma mescla de escuridão 
Com penumbra e ao longe 
Bem longe, quase infindável,
Uma porta luminosa. 
Não há neblina como  
Quando eu era vivo! 
Agora é límpido, 
Escuro e vazio. 
Agora posso ver, 
Estou no centro 
Se é que há. 
Imóvel na penumbra, 
Não choro, não odeio,...não vivo, 
Mas verdadeiramente não morro. 
Vejo tudo o que há. 
O tudo e o nada que 
São a mesma maldita coisa. 
Olho nos olhos do outro 
Profundamente... 
Quanta dor, quanto medo, 
Quanto eu mesmo 
Nesse espelho. 
Foi olhando nesses olhos que morri. 
Deu-se um estrondo, 
Algo inexplicável aconteceu. 
A neblina foi baixando, 
E mais uma vez pude ver 
Além dos olhos... 
O outro tentou me ver 
Mas não havia nem dor sequer. 
Só os iluminados  
Podem ver as verdades  
Internas do outro, 
Porque conhece as suas. 
Morri ali...sem nada. 
Nem dor, nem medo, 
Não havia nenhum sentido. 
Acabou-se todo o sentimento. 
Só restou o amor, 
Esse não morre, 
Quem morre são seus instantes. 
Não havia paramédicos, 
Não havia pedidos de socorro, 
Só o silêncio 
E o sorriso da morte, 
Nem triste nem feliz... 
Só sorriso. 
Talvez que o outro quisesse me salvar, 
Mas não tive como deixá-lo 
Mergulhar em mim por meus olhos. 
Meu olhar perdeu-se no abismo 
Do seu olhar que fazia arder. 
Não restava nada ali, 
Só meu amor 
Verdadeiro bem o sabe... 
Bem o sei. 
Ouviu-se a voz abafada 
Do calar que gritava 
Rompendo o silêncio. 
Aqui jaz a razão da 
Vontade de lutar 
Pelo amor do outro. 
Não deixou esperanças. 
Será velado pela eternidade. 
O enterro será no cemitério 
Da piedade pelo outro, 
Será as escondidas... 
Talvez, para sempre. 
Assim, será ele: 
O atestado de óbito 
Da vontade da razão 
De esperar amar e ser amado.
Isso morreu e eu fui 
Deixado vivo, 
Tenho medo que eu 
Tenha morrido  
E não saiba disso. 
Será? 
Enquanto isso se ouvia 
Seus medos, 
Suas angústias, 
Suas dúvidas... 
E agora ouço 
O que há de mais profundo em você. 
O eco do choro virginal... 
Do seu choro...  
Dentro de mim.

AS PALAVRAS QUE GRITEI



AS PALAVRAS QUE GRITEI
Texto de Ederson Ribeiro Costa

São elas, as belas palavras.
São eles, os atos inocentes.
E agora, vejo tudo o que não quis ver quando fechei os olhos.
E agora, ouço as palavras que gritei...
Ouço os gritos do silêncio.
Eu sei, que silenciei...

domingo, 6 de junho de 2010

Conselheiro

Deus usa truques para falar  com a gente, esses truques chamam-se amigos


Amanhã você renasce

Te encontrei pela vida ou fui encontrado por ti
Amanhã você renasce
Desejo que não renasça de forma comum
Mas renasça de sentidos, de significados, de mudanças
Que você renasça como renasce o dia, a noite, outros, nunca os mesmos.
Amanhã o dom da vida te presenteará, você renascerá, amanhã...
E hoje eu espero, fico no aguardo.
Ansioso é verdade, porém, esperando...
Que você venha de alguma forma, me salvar de mim
Ou me fazer salvador de ti. Mesmo não fazendo muito, só presente.
Outros sentidos, outras palavras, amanhã você renasce para a mudança.
Amanhã o dia vem, você com outros significados e olhares
Amanhã, mas não deve só esperar sobreviver até lá, há vida ai dentro
Há vida lá fora, é tempo de viver...
Não perca tempo para ser amado, ser acariciado, ser beijado, ser amado...feliz
Porque a vida não espera...